Conheça quatro bots para combater a desinformação em processos eleitorais e na política

por , publicado em 24.ago.22

No Twitter ou WhatsApp, os robozinhos podem ser ferramentas importantes – e do bem – na corrida eleitoral

Yuri Gomes e Bruna Torres

Foto: Freepik/ Rawpixel.com

Um bot é um programa de internet que simula um dos comportamentos mais distintivos dos seres humanos: a comunicação. Hoje em dia é quase impossível usar redes sociais, consumir bens e serviços e não se deparar com algum robô. Tem bot pra tudo: vendas, automação de tarefas, atendimento.

Na última campanha presidencial, o uso de perfis falsos nas redes sociais, que se passam por apoiadores de um determinado candidato para inflar sua audiência virtual ou disseminar fake news, foi trazido à tona.

Atualmente, mais da metade das publicações favoráveis ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL-RJ), são feitas por robôs, como mostra o levantamento de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FespSP).

Os chamados bots do bem podem ser configurados para melhorar o debate público nas plataformas ou então frear a desinformação, afirma Liz Nóbrega, jornalista especialista em desinformação, checagem de fatos e plataformas digitais do *desinformante. Para ela, as soluções de inteligência artificial têm um grande poder de frear a desinformação: “um conteúdo que já foi checado, um bot pode ir lá e bloquear, denunciar aquele conteúdo.

Além disso, a jornalista afirma que vêm sendo desenvolvidas novas formas de programar bots e inteligências artificiais para identificar fake news e outros conteúdos maliciosos por meio da linguagem e outras características padrões. “É algo ainda incipiente, mas que é importante para se estabelecer as linhas gerais, os mecanismos de linguagem, que a desinformação utiliza para viralizar e enganar nas redes sociais”, diz.

Apesar da má fama, os robozinhos podem ser ferramentas importantes – e do bem – na corrida eleitoral. Podem disseminar e checar informações de difícil acesso no calor da campanha, ajudando a desconstruir narrativas falsas. A seguir, conheça alguns desses robôs.

Fátima – Aos Fatos | Valorize o que é real

A Fátima é um bot checador do Aos Fatos. Disponível no disponível no WhatsApp e no Messenger, a chatbot envia notícias e conteúdos verificados pela redação da agência, e suas funções variam de aplicativo para aplicativo, como receber sugestões de checagem e ensinar a checar. No entanto, é importante lembrar que o robô não checa os fatos enviados pelos usuários de maneira automática.

Imagem: Reprodução

Chatbot: Tira-Dúvidas do TSE

Em razão das eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou o Tira-Dúvidas no WhatsApp, um bot desenhado para combater a desinformação e aproximar o público da instituição, com informações sobre locais de votação e as perguntas mais comuns relacionadas ao pleito. O usuário também pode acessar notícias e informações checadas por agências como AFP, Lupa, Aos Fatos, Boatos.org, Comprova, E-Farsas, Estadão Verifica, Fato ou Fake e UOL Confere.

Imagem: Divulgação

Projeto 7C0

O Twitter é o grande palco da política mundial, em que os atores políticos anunciam seus feitos, inflamam multidões virtuais, mandam e desmandam publicamente. Por essa razão, o perfil de cada representante eleito e suas postagens são como um acervo público à serviço da sociedade. O Projeto 7C0 é um bot que recupera tweets excluídos em perfis de atores políticos, no período em que eles exerceram cargos públicos.

Fonte: Página do Twitter do Projeto 7c0

Pegabot

“Um projeto para dar mais transparência ao uso dos bots no Brasil”. O pegabot analisa contas no Twitter e retorna ao usuário a probabilidade daquele perfil ser um robô ou não. O projeto é de autoria do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio) e do Instituto Equidade & Tecnologia. Nos ajuda a deixar as discussões políticas apenas entre nós, seres humanos.