Vermelho quente: artistas natalenses se mobilizam para apoiar Lula por meio da arte

por , publicado em 21.out.22

Técnicas e linguagens diferentes se unem para passar uma única mensagem

Antifascistas de Natal têm o mote de integrar suas artes para promoverem a intervenção “Vermelho é a cor mais quente”, do Festival Vermelho. Pelas cores e pela posição contrária ao fascismo, é perceptível o apoio ao ex-presidente Lula nas eleições presidenciais. Durante as semanas que antecederam o 1° turno, começaram a circular nas redes sociais algumas ações promovidas pelo grupo.

Festival Vermelho acontece. Na imagem, uma festa acontece sob luz vermelha e em bandeiras está escrito Ele Não
O Festival Vermelho surgiu em Natal em 2014. Reprodução/Saiba Mais

Na Casa Vermelha, sede da organização conseguida com o apoio da deputada Isolda Dantas (PT) e da vereadora Brisa Bracchi (PT), uma série de ações têm acontecido. “É lá que estamos organizando a intervenção do festival Vermelho é a Cor mais Quente para esse segundo turno das eleições, fizemos a atividade do Faça Arte como quem Luta, cedemos a Casa para fazer algumas reuniões e atividades, então foi realizada lá uma plenária de terreiros de religiões de matriz africana com Lula e profissionais do SUS com Lula, e agora nós estamos organizando para a próxima semana uma possível saída de vários blocos de Carnaval de Natal com Lula”, explica Ricardo Cerqueira, um dos coordenadores do projeto.

Faça arte como quem luta

A atividade Faça Arte como Quem Luta foi inspirada em propostas como o perfil Design Ativista, que tem mais de 240 mil seguidores no Instagram, e o Lulaverso, com 214 mil. Em um mundo cada vez mais digital, foi pensada a utilização de recursos imagéticos como uma ferramenta mais eficiente para falar de política em um espaço tão visado. E centralizado. “Identificamos que esses perfis tinham um peso maior do Sudeste. Com a convocatória da Casa Vermelha, a gente buscou fortalecer nossos artistas locais que estão com produções belíssimas e muito variadas”, explica Germano Neto.

Segundo Ricardo Cerqueira, foi a partir do contato de militantes do Festival Vermelho que trabalham com comunicação com pessoas que compõem o Lulaverso, em São Paulo, que a convocatória foi feita em Natal. Artistas seriam solicitados a produzir arte, cada um no seu próprio estilo, para somar forças à campanha do ex-presidente na cidade.

Germano Neto, responsável por essa intervenção em específico, conta como foi o processo de planejamento e o convite aos 20 artistas que fariam parte do projeto. “O objetivo maior era que a gente conseguisse dar conta de um público que estava propenso a não votar, a se abster, pessoas que estavam desencantadas [com a política]. Por isso o nome da convocatória é “Um voto de esperança”. E aí o pedido foi que o tema tratasse de esperança, de vibração, de coisas positivas, relacionando a campanha do presidente Lula de forma livre, cada um no seu estilo. Porque o objetivo maior era que cada um, com a sua linguagem, pudesse abarcar o seu público mas ainda estando conectados todos no mesmo mote, para não estar fazendo um trabalho isolado. Então a mensagem é similar, mas cada um com sua forma de se expressar.”

Ex-presidente Lula aparece falando de camisa vermelha, com um microfone na mão
Luiz Inácio Lula da Silva é o candidato apoiado pelo projeto. Reprodução/Agência Brasil

Designers a serviço

Publicada como primeira arte da série, está uma postagem produzida por Igor Bezerra, estudante de Audiovisual da UFRN que trabalha com artes visuais desde 2015. Para suas duas peças, que são uma imagem estática e uma animação curta, o natalense quis trazer elementos diferentes que prezassem pela estética. “Eu catei umas referências de design mais antigas e as próprias campanhas de Lula do passado, que eu sempre achei muito fortes e bonitas”, comenta.

Igor tem inclinação vermelha desde pequeno, já que cresceu em uma família que não apenas apoia, como até trabalha no Partido dos Trabalhadores. Com a consciência política aflorada desde sempre, como quando começou a fazer arte para um coletivo do IFRN, no ensino médio, o natalense sentiu que precisava apoiar sua causa, mesmo não tendo condições de fazê-lo nas ruas.

“O que me motivou [a participar da ação] foi que nesse momento é importante a gente usar as habilidades disponíveis para incentivar a campanha. Como eu trabalho e estudo, muitas vezes fico sem tempo e energia para ir para a base, me reunir. Então acho que foi uma oportunidade massa para uma galera que está na mesma condição que eu, ou que também não sabe como se envolver presencialmente”, afirma.