Ensino especializado e o processo de democratização

por , publicado em 26.out.22

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) na escola comum para estudantes com necessidades especiais

Por Letícia Meira e Geovanna Araújo

Créditos: Sismmac

19/10/2022

Para acessibilizar os recursos pedagógicos a todos, o Atendimento Educacional Especializado (AEE), busca eliminar os obstáculos existentes na escola comum para o desenvolvimento e a aprendizagem dos estudantes com deficiência. O objetivo é identificar, elaborar e organizar considerando suas necessidades específicas. O AEE se destina a alunos com os seguintes aspectos: Deficiência física, visual, auditiva, intelectual, múltiplas, Transtorno do Espectro Autista (TDA) e Superdotação.  

De acordo com a neuropsicopedagoga e gestora escolar, Gleide Iácones, a presença de um especialista na área é fundamental no suporte de ensino específico do aluno, sendo possível realizar adaptações. “Os alunos com deficiência conseguem desenvolver, pois esse acompanhamento é rotineiro, adaptado e específico. Além de orientar o professor titular como trabalhar com este aluno quando estiver em sala de aula comum.” afirmou.

É importante lembrar que é um direito de todos que estudam no Brasil, da educação infantil ao ensino superior, público e privado, o acesso à educação especializado. Isso acontece por causa da Lei Brasileira de Inclusão, que prega a inserção escolar de forma universal, completa e sistemática. Segundo os dados do Ministério da Educação, apenas 30% das escolas que registram matrículas de alunos com deficiência oferecem atendimento educacional especializado. Além disso, somente 26% contam com salas de recursos multifuncionais e apenas 4% dos professores que atuam nessas escolas têm formação específica em educação especial.

O especialista em AEE é quem faz a ponte entre os professores e os alunos para garantir a troca de experiências e a realização de tarefas. Para a professora de educação especial, Camilla Nunes, a maior dificuldade é a união do planejamento entre os professores com as atividades que precisam ser feitas para que os alunos sejam realmente incluídos e consigam acompanhar “São muitas matérias, muitos professores, muita rotatividade”. Conta ainda que existem diversas formas de ensinamentos  “O sistema tradicional de ensino é prejudicial, porque quando você lida com alunos especiais, você precisa sair de todo o sistema, dentro da sala de aula a rotina é diferente, as atividades…a gente aprende muito” conclui a professora.

Créditos: Prefeitura de Belo Horizonte