LAIS inicia produção de Duo Testes para Sífilis e HIV

por , publicado em 26.out.22

Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da UFRN, inicia produção de testes combinados para a detecção de ISTs para o Ministério da Saúde

Por Geovanna Araújo e Letícia Souto

Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN), está desenvolvendo o Duo Teste, nova tecnologia que aprimora a detecção de sífilis e HIV. A produção foi iniciada pelo LAIS para atender uma demanda do Ministério da Saúde, para facilitar o diagnóstico e tratamento de maneira ágil. 

Os Duo testes são montados no Brasil, mas não têm fabricação própria, estão sendo produzidos a partir de cooperações técnico-científicas internacionais de abrangência intercontinental, com universidades americanas e portuguesas. Essa tecnologia está sendo incorporada no escopo de atuação do LAIS, com essa produção sendo feita aqui, é mais uma alternativa para o atendimento, principalmente às mulheres gestantes, possibilitando apenas um teste, com custo chegando até quatro vezes menor aos testes utilizados atualmente. Com isso o SUS irá adquirir uma melhora nos diagnósticos, viabilizando um tratamento mais rápido.  

Ricardo Valentim, Diretor Executivo do LAIS – Foto: ASCOM LAIS

Ricardo Valentim, diretor executivo do LAIS, relata a importância da inserção desta tecnologia em todas as unidades básicas e no quanto elas irão agregar na atenção primária à saúde. “Foi um desafio muito grande porque o paradigma que nós estamos utilizando para esse teste é um paradigma diferente. Ele traz a possibilidade de reuso várias vezes, centenas de milhares de vezes. Bastando mudar apenas os eletrodos […] Já estamos começando a usar isso em unidades básicas de saúde, já foram feitos testes experimentais e também estamos testando agora recentemente no Ministério da Saúde numa Unidade Básica de Saúde lá em Brasília”. 

Projeto “Sífilis Não”

A demanda veio por meio do Projeto “Sífilis Não”, ação em conjunto entre o LAIS, o Ministério da Saúde e a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS). Presente desde 2017, o projeto desenvolveu três campanhas e uma ação nas ruas de São Paulo, alcançando inúmeras pessoas por meio da informação e comunicação. 

As IST representam um problema de saúde pública geral, na medida em que estão entre as infecções transmissíveis mais comuns e atingem potencialmente a saúde e a vida de milhões de pessoas. Um impacto direto ocorre especialmente sobre a saúde de mulheres e crianças, ocasionando consequências como infertilidade e complicações na gestação e no parto, morte fetal e diversos agravos à saúde da criança.Sendo assim um dos impactos indiretos da infecção por uma IST é o aumento do risco de transmissão sexual do vírus da imunodeficiência humana (HIV). 

“O projeto, na verdade é uma ferramenta de intervenção de política pública para que o sistema de saúde brasileiro possa dar resposta ao investimento. É importante a gente considerar que até 2016 era uma doença negligenciada. Ou seja, o governo tinha conhecimento, as autoridades tinham conhecimento do número de casos aumentando, mas ainda não tinha prestado atenção nem declarado epidemia do sífilis em 2016. O Governo brasileiro ele reconhece que o Brasil vive uma epidemia, isso é muito importante, porque é uma doença que é totalmente evitável, principalmente nos casos da transmissão vertical, ou seja, da mãe pro bebê. Temos penicilina e testagem, ou seja, o Brasil tem condições de fazer, o tratamento é muito barato.” Ressalta Ricardo Valentim.

O projeto iniciou a campanha “Vamos cuidar agora!” com o foco em despertar nos públicos de interesse, a importância da prevenção da sífilis congênita. Sendo um chamado para a ação individual e coletiva, com o conceito para os aspectos como o cuidado no presente para a garantia de um futuro livre da sífilis para todos os envolvidos.