Projeto de estudante da UFRN utiliza o Pensamento Computacional para idosos
Objetivo é desenvolver um jogo com exercícios para o letramento digital e desenvolvimento cognitivo
Utilizar o Pensamento Computacional (PC) como base para o letramento digital e desenvolvimento cognitivo das pessoas idosas através de exercícios em um jogo é o objetivo do projeto baseado na dissertação de mestrado da aluna do Programa Pós-Graduação em Inovação em Tecnologias Educacionais (PPGITE) Andressa Kroeff.
O PC compreende a habilidade crítica e estratégica que utiliza os fundamentos da área da computação em diferentes áreas da vida. Diferente do que o nome sugere, o PC não se relaciona exclusivamente à tecnologia ou à programação, na verdade ele propõe que as pessoas sejam capazes de identificar problemas e encontrar soluções criativas utilizando outros tipos de conhecimento.
Segundo a mestranda, o projeto tem como intuito desenvolver um jogo que permita ao idoso, ao mesmo tempo que estuda e exercita os conhecimentos do letramento digital, treinar suas capacidades cognitivas por meio dos quatro pilares do PC.
“O simples fato de um idoso realizar uma atividade cotidiana, como sacar dinheiro no banco, por exemplo, é necessário que ele analise ou lembre como deverá executá-la, pois com o passar dos anos as pessoas começam a ter um declínio cognitivo. Então treinar o cérebro com atividades simples pode auxiliar na resolução de problemas, no raciocínio e na memória”, explica a mestranda.
A equipe do projeto é composta pela coordenação da professora do Instituto Metrópole Digital e orientadora da dissertação da Andressa, Isabel Dillmann, pela pesquisadora, Andressa Kroeff, e pelo aluno do Bacharelado em Tecnologia da Informação e o desenvolvedor, Gabriel Diniz.
Pilares do pensamento computacional
Segundo o Almanaque da Ciência da Computação, o PC busca entender como o funcionamento do computador pode ser útil como um instrumento que ajuda a aumentar o poder cognitivo dos seres humanos.
Para isso, o PC se divide em quatro pilares: decomposição, que divide os problemas em partes menores para facilitar a resolução; reconhecimento de padrões; abstração, que filtra e classificação dos dados recebidos; e o algoritmo, sequência finita de etapas ou passos.
Inspiração
Segundo Andressa Kroeff, a ideia para o projeto foi inspirada na defesa da dissertação de um colega de mestrado, Daniel Lucena, cujo trabalho é intitulado “Pensamento Computacional como intervenção para desenvolvimento cognitivo em idosos”.
Ela conta que o trabalho tratava sobre a possibilidade de auxiliar os idosos com atividades de PC realizadas no papel. “Então percebi que daria para inovar trazendo essas atividades para o digital, e assim ajudar mais idosos”, diz a estudante.
O game, que está sendo desenvolvido para o projeto aprovado no edital “Envelhecer com Futuro”, está em fase de desenvolvimento e será apresentado no Seminário Público de Apresentação Final do certame, que será realizado em outubro, pelo Portal do Envelhecimento.