Projeto de estudante da UFRN utiliza o Pensamento Computacional para idosos

por , publicado em 21.nov.22

Objetivo é desenvolver um jogo com exercícios para o letramento digital e desenvolvimento cognitivo

Foto: Anna Shvets

Utilizar o Pensamento Computacional (PC) como base para o letramento digital e desenvolvimento cognitivo das pessoas idosas através de exercícios em um jogo é o objetivo do projeto baseado na dissertação de mestrado da aluna do Programa Pós-Graduação em Inovação em Tecnologias Educacionais (PPGITE) Andressa Kroeff.

O PC compreende a habilidade crítica e estratégica que utiliza os fundamentos da área da computação em diferentes áreas da vida. Diferente do que o nome sugere, o PC não se relaciona exclusivamente à tecnologia ou à programação, na verdade ele propõe que as pessoas sejam capazes de identificar problemas e encontrar soluções criativas utilizando outros tipos de conhecimento.

Segundo a mestranda, o projeto tem como intuito desenvolver um jogo que permita ao idoso, ao mesmo tempo que estuda e exercita os conhecimentos do letramento digital, treinar suas capacidades cognitivas por meio dos quatro pilares do PC.

Andressa Kroeff. Reprodução: redes sociais

“O simples fato de um idoso realizar uma atividade cotidiana, como sacar dinheiro no banco, por exemplo, é necessário que ele analise ou lembre como deverá executá-la, pois com o passar dos anos as pessoas começam a ter um declínio cognitivo. Então treinar o cérebro com atividades simples pode auxiliar na resolução de problemas, no raciocínio e na memória”, explica a mestranda.

A equipe do projeto é composta pela coordenação da professora do Instituto Metrópole Digital e orientadora da dissertação da Andressa, Isabel Dillmann, pela pesquisadora, Andressa Kroeff, e pelo aluno do Bacharelado em Tecnologia da Informação e o desenvolvedor, Gabriel Diniz.

Pilares do pensamento computacional 

Segundo o Almanaque da Ciência da Computação, o PC busca entender como o funcionamento do computador pode ser útil como um instrumento que ajuda a aumentar o poder cognitivo dos seres humanos.

Para isso, o PC se divide em quatro pilares: decomposição, que divide os problemas em partes menores para facilitar a resolução; reconhecimento de padrões; abstração, que filtra e classificação dos dados recebidos; e o algoritmo, sequência finita de etapas ou passos.

Inspiração

Segundo Andressa Kroeff, a ideia para o projeto foi inspirada na defesa da dissertação de um colega de mestrado, Daniel Lucena, cujo trabalho é intitulado “Pensamento Computacional como intervenção para desenvolvimento cognitivo em idosos”.

Ela conta que o trabalho tratava sobre a possibilidade de auxiliar os idosos com atividades de PC realizadas no papel. “Então percebi que daria para inovar trazendo essas atividades para o digital, e assim ajudar mais idosos”, diz a estudante.

O game, que está sendo desenvolvido para o projeto aprovado no edital “Envelhecer com Futuro”, está em fase de desenvolvimento e será apresentado no Seminário Público de Apresentação Final do certame, que será realizado em outubro, pelo Portal do Envelhecimento.