Desenhos, pincéis, cores e arte: a adolescência para além das telas digitais.

por , publicado em 01.dez.22

Jovem expressa seus sentimentos através da pintura e dá as primeiras pinceladas para se tornar uma artista plástica de sucesso.

Por Gilvanise Oliveira, Marília Gonçalves e Beatriz Rodrigues

Natural da cidade de Nova Cruz, região agreste do Rio Grande do Norte, Laura Oliveira tem uma percepção do seu papel na sociedade que encanta todos que a conhecem e, apesar da rotina comum à de outros jovens da sua faixa etária, a menina de apenas 14 anos se diferencia dos demais pela sua arte.

Foto de Laura
Laura Oliveira Silva. Foto: Arquivo pessoal

Desde pequena sempre gostou de desenhar e aos poucos foi aprimorando seus traços. Através das redes sociais e aplicativos digitais passou a buscar conhecimento relacionado à pintura, ver telas de diversos artistas, entender o uso dos diferentes tipos de tintas, de ferramentas e, autodidata, logo se apaixonou pelo processo.

Com a ingenuidade de uma criança e a sensibilidade de uma artista, diz que o principal motivador da migração dos desenhos nos cadernos para as telas é a textura. “Você faz a tela e pode sentir. Mesmo que no papel você possa colocar cores, não fica tão aparente, tão interessante. O desenho na tela chama mais atenção”.

Laura conta que na sua primeira pintura em tela utilizou tinta guache, mas não deu muito certo porque ficou craquelando. Alguns dias depois a professora de artes a convidou para fazer um desenho para a a exposição que ia ocorrer na escola e foi então que o hobby ganhou outra proporção. O desenho feito em papel cartão, utilizando uma espátula de bolo como ferramenta de pintura, foi o destaque do evento.

Tela exposta na mostra de artes da escola. Foto: Gilvanise Oliveira
Tela exposta na mostra de artes da escola. Foto: Gilvanise Oliveira.

A família, orgulhosa, passou então a incentivar a garota lhe presenteando com telas de diversos tamanhos, pincéis, tintas e utensílios de pintura.  

Questionada sobre a expressividade relacionada ao corpo e à presença constante da figura do olho em suas obras, afirma que o olho sempre mostra os sentimentos, o que a pessoa está sentindo naquele momento, e busca se inspirar em momentos felizes de sua vida para criar seus desenhos. Amante da leitura cita, ainda, que encontrou nos livros muitas reflexões sobre a vida e sobre o mundo e também procura expor isso nas telas.

“Fazer arte é simples e, ao mesmo tempo, complexo. É intenso. A pintura é parte de mim.”

Laura diz que busca trazer coisas não óbvias e corpos diferentes para as obras, assim como fazia sua inspiração Anita Malfatti, pintora brasileira precursora do modernismo no país e destaque na Semana de Arte Moderna de 1922, que, segundo a jovem, “pintava coisas que impressionavam mesmo”.

Olho
Pintura em tela com tinta acrílica. Foto: Cedida pela artista.

O que era apenas um hobby se transformou num projeto para o futuro. A menina sonha em fazer faculdade de Artes Plásticas e comercializar suas telas para que o mundo conheça seu trabalho. Até lá, segue se aperfeiçoando e produzindo um belíssimo acervo para as próximas exposições.