Promovendo cultura e comunicação por meio de curtas-metragens

por , publicado em 21.dez.22

Projetos criados por estudantes proporcionam divulgação de produções de alunos

Para incentivar a cultura de apreciação de curtas metragens, principalmente produzidas e gravadas em território nacional, foi idealizado o cineclube Solarium. A iniciativa é de um grupo de alunos que, no quarto período, já planejam contribuir com o entretenimento e ampliação do conteúdo cinematográfico consumido pelos estudantes do Departamento de Comunicação (Decom) da UFRN.

Indo além do ambiente acadêmico, existe o CineStage, projeto desenvolvido com intuito de expandir o conhecimento de produções audiovisuais da região natalense, mas que pretende divulgar, especialmente, obras produzidas por estudantes. A ideia já saiu do papel e foi lançada em 4 de dezembro, em parceria com o Frontstage, gastrobar da zona sul de Natal onde foram exibidos os seis curtas presentes na programação.

Foto: Jeremy Yap/Unsplash.

Expandir o repertório cultural por meio de curtas é o principal objetivo das duas ações. Enquanto o Solarium pretende buscar conteúdos que apresentem visões que fujam da noção eurocêntrica do mundo, como afirma Erick Thierry, estudante de audiovisual do quarto período e membro do cineclube, o CineStage quer levar ao público obras regionais e de universitários, promovendo um espaço acessível, gratuito e inclusivo, segundo relata Lucas Sabino, um dos fundadores da iniciativa e discente de audiovisual do terceiro período.

Para iluminar ideias no Decom

Beatriz Chaves conta que não se lembra muito bem do dia que pensou na ideia, como se ela tivesse surgido de modo repentino, mas, na verdade, só estava esperando um botão que acionasse a confirmação para tirar do papel. “Uma professora comentou sobre a criação de um cineclube, outro professor nosso, de vez em quando, comentava sobre a importância que isso teve na formação dele. Então, na hora do intervalo, eu conversei com meus amigos e todo mundo animou”, relata Beatriz, uma das criadoras do Solarium e estudante do quarto período de audiovisual.

Foi com esses amigos que o cineclube se tornou algo além de um sonho. A principal motivação foi a falta de acesso a um espaço como esse no Departamento, que pode ser importante para a formação do discente, conta Beatriz. Erick Thierry complementa dizendo que, além de apresentar os curtas, quer que este seja um lugar de descontração e, acima de tudo, discussão acerca das temáticas escolhidas.

A primeira edição do cibeclube foi realizada em 6 de dezembro, no auditório do Decom. Foto: Thiago Rogério.

O Solarium promete contribuir, também, com alunos que estão além do curso de audiovisual e que querem trabalhar com mídias em geral. “Acredito que está todo mundo lá para aprender alguma coisa. Pode ser a primeira vez de alguém em um cineclube e é nossa primeira vez fazendo um projeto como esse, então não temos muitas cobranças”, conclui Beatriz.

Erick Thierry argumenta que o consumo de curtas não é um hábito tão comum, mas, com o cineclube, ele quer mudar isso e auxiliar na divulgação dessas produções. “É importante por ser um formato mais viável de executar financeiramente e também por ser mais fácil de ser explorado artisticamente”, relata.

Criando um palco inclusivo

Para dar palco aos artistas e produtores de curtas do Rio Grande do Norte, o CineStage nasceu. Foi, em teoria, na Mostra de Cinema de Gostoso, realizada na Praia do Maceió, que o projeto foi idealizado, como conta Lucas Sabino, um dos produtores. Juntamente com Manuela Santos e Júnior Medeiros, ele observou que, em Natal, não encontrou ações como a de São Miguel do Gostoso e resolveu desenvolver a própria.

“Eu tinha comentado que aqui não tem muitos eventos desse tipo, e existem trabalhos de estudantes que são dignos de estar em uma grande plataforma, como a Netflix, por exemplo. Só precisam ser vistos e conhecidos”, relata Lucas. E foi esse o ponto de partida para a criação do CineStage.

A ação reuniu a comunidade universitária e externa na exibição de seis curtas. Foto: Manuela Santos.

“A divulgação abre as portas para bons artistas e boas obras”, afirma Lucas. O objetivo do CineStage é servir como uma dessas portas, sendo somente o início para a carreira de estudantes que desejam ir mais longe. O projeto pretende ser um cinema único que permita o acesso de todos aqueles que querem consumir cultura.

Ele define o que espera para o futuro do CineStage em uma palavra: crescer. Mas não é o crescimento individual a motivação por trás desse verbo. O projeto promove e quer continuar a ser acessível e gratuito, para todos os públicos apreciarem e, também, divulgarem obras próprias. E é com esse caráter que o CineStage incentiva produções audiovisuais regionais.