Projeto rompe fronteira Natalense e leva curta-metragem às escolas do RN

por , publicado em 28.jun.23

São muitos os desafios para quem busca popularizar o cinema em Natal. Por meio da busca por novos caminhos, contudo, o curta-metragem “Dionísia – Poema Além da Floresta” pôde ser assistido tanto por pessoas da capital potiguar quanto de outras cidades do Rio Grande do Norte. 

Exibição do curta Dionísia – Poema Além da Floresta em uma escola, em Tibau do Sul. Foto: Cedida por Thalita Vaz

Com raízes potiguares, a produção conta a história de vida da educadora e poeta Nísia Floresta a partir da infância. A produtora do curta-metragem, Thalita Vaz, explica que o propósito é ressaltar a importância carregada por Floresta que, além da poesia, ficou conhecida pelo pioneirismo na difusão de ideias femininas em jornais.  

“Nosso objetivo é falar sobre ela, ressaltar a importância de Nísia e da obra dela, iniciar e mantê-la viva na memória, principalmente das novas gerações. Mas como chegar nesse público, nessa nova geração? (…) através de um festival de cinema local a gente não consegue”, destaca Thalita Vaz.

O curta foi estreado em um espaço alternativo, a Casa da Ribeira, localizada em Natal, que é mais conhecida por sediar espetáculos. Devido à escassez de locais de exibição acessíveis, sendo os existentes na capital potiguar mais direcionados a um público elitizado, foi preciso criar o projeto “Nísia Floresta Vive”. 

Davi Revoredo, produtor, Maria de Lia (atriz que faz Nísia Floresta no curta), Thalita Vaz, produtora e Udymar Pessoa, pesquisadora em Nísia Floresta. Foto: Cedida por Thalita Vaz

A iniciativa foi viabilizada pela lei Câmara Cascudo com patrocínio da Neoenergia Corsern, visando levar o curta Dionísia – Poema Além da Floresta às escolas e permitir que os espectadores esperados  pudessem assisti-lo. 

“Precisamos ir até o público que queríamos atingir primeiro, que foi ir em algumas escolas, exibir e depois ter um bate-papo (…). Precisou criar um projeto pra conseguir ir até essa nova geração, justamente por não ter janelas de exibição específicas que poderiam abarcar um público como esse”, compartilha Thalita.

Aliada a ausência de espaços para popularizar o campo audiovisual,  o projeto precisou enfrentar uma outra dificuldade: a formação de plateia. “(…) Grande dificuldade, né, pra conseguir inclusive fomentar o cinema, fazer um trabalho de formação de plateia, porque muitos desses alunos que a gente está indo exibir nunca assistiram um filme na vida, não têm acesso principalmente ao cinema local. Então é uma forma de falar sobre o cinema, sobre o audiovisual para esses jovens”, adverte a produtora.

Até o momento, o projeto contemplou nove municípios do RN: Nísia Floresta, São José do Mipibu, Tibau do Sul, Goianinha, Monte Alegre, Vera Cruz, Parnamirim, Macaíba e Arez. Para 2024, vislumbra Thalita, a expectativa é realizar uma segunda edição para abranger outras regiões do Estado.